domingo, janeiro 30, 2005
O costume
Imagem recolhida hoje de manhã, no Lumiar, no limite ocidental da Quinta das Conchas.
Pela calada, as retro-escavadoras voltaram a aparecer na Quinta das Conchas, no Lumiar, a segunda maior superfície florestal de Lisboa (logo a seguir ao Parque de Monsanto). Há alguns meses, o pretexto tinha sido a delimitação de um novo muro, que roubou alguns metros ao parque e obrigou ao abate de árvores centenárias. Agora, desconhece-se o objectivo, mas constata-se com facilidade que uma área de pelo menos hectare e meio foi totalmente limpa. Pela calada. Discreta, mas seguramente.
Há meses, foi a intervenção de grupos de moradores e de uma pequena plataforma de ONGA que zelou pelo espaço e impediu danos maiores. Quem sabe? Talvez a Câmara Municipal de Lisboa (CML) tenha implementado uma nova figura de cidadania - a do morador vigitante, que não pode tomar as suas zonas verdes como perenes e tem de vigiar com olhos de lince cada metro quadrado. Se é a CML que tem a missão de preservar e vigiar as zonas verdes, apetece perguntar como o poeta romano Juvenal: Quem guarda os guardas? Quem vigia os vigilantes?
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