terça-feira, julho 16, 2019

A semiótica das palavras cruzadas

As palavras cruzadas do Expresso da semana passada causaram celeuma na comunidade de professores. Na primeira linha horizontal, Marcos Cruz, pseudónimo da bem conhecida autora dos passatempos do semanário, propôs a solução “professores” para a frase “Ensinam quando não estão em greve”.
Descuido? Imperícia? Malícia?
Muitos viram no caso uma provocação. A própria página de recomendações do jornal no Facebook foi inundada de críticas e acabou por ser encerrada. Corrigirá no próximo sábado
o jornal as opções da sua página de passatempos?



20 escudinhos por fotografia

A partir de arquivo da Revista Stadium

Os fotógrafos foram sempre mal pagos no jornalismo. Mesmo os melhores de cada época penaram para pagar contas. Este curioso apontamento anexo certifica-o.
Jorge Garcia (à direita, na foto, com o jornalista Teles Rodrigues) foi um dos primeiros grandes repórteres fotográficos portugueses. Especializou-se no ciclismo, cobrindo com enorme dramatismo a saga das Voltas a Portugal do tempo da poeira e do macadame.

Mais afoito do que Amadeu Ferrari, acumulou distinções e trabalhou para as grandes revistas e jornais da especialidade. 
Em 1949, queixou-se ao SNI que a revista Selecção deixara de lhe pagar. Da sua reclamação, ressaltam duas conclusões evidentes: a dificuldade de expressão escrita dos homens da chapa vem de longe e a penúria das compensações também. Em 1949, cada foto era compensada com 20 escudos.
(A título de exemplo, a refeição completa no Chave d'Ouro, em Lisboa, custava 40 e um vestidinho de malha de lã na Praça dos Restauradores ficava a 150!).

Arquivo Nacional da Torre do Tombo / SNI