Quis o destino que eu tivesse participado em
reuniões recentes com gestores e universitários. Para lá dos temas em cima da
mesa, fico aterrorizado com a progressão galopante do... Portuglês, mistura
improvisada e desnecessária de vocabulário anglófono para expressar conceitos
que, sem esforço, poderiam ter sido enunciados na língua de Camões. Pior: dou
por mim a repetir os mesmos tiques, mimetizando o comportamento dos anfitriões
numa submissão à pressão do grupo que Jane Goodall já notara nas comunidades de
chimpanzés.
Exemplo típico de uma reunião moderna:
- Fez o benchmarking da concorrência?
- Sabe, muitos fizeram um upgrade recente de competências. Outros
ainda estão em assessment.
- Que research methods utiliza normalmente?
- Gosto muito do world caffe. Permite grande
interactividade.
- Nunca faz role play?
- Tento, mas as samples que assistem aos workshops
nem sempre são fiáveis.
- Que materiais de support existem nas salas?
- Há datashows, claro. Temos wireless
para todo o átrio. E pointers para os
oradores. Há muita coisa em cache.
- Hum... E está previsto coffee-break?
- Nestes work groups, prefiro pausa mais informais, uma espécie de brunch.
- A publicidade do evento será online ou também utilizará outdoors?
- Vamos carregar nos MREC, claro. Banners também. Tudo depende do target.
Até porque o Average Time Spent na net está em quebra.
- O site deles tem quantos OTS?
- O reach depende muito porque os tipos aldrabam os ATV.
- Usamos CPC, CPM ou CPO como standard?
- Se quer que lhe diga, nenhum é
fiável. Até prefiro os CPL.
- Embedded ou skycraper?
- Um mix funciona sempre bem.
- Devíamos criar avatars falsos para furar as firewalls deles.
- Talvez, mas temos
responsabilidades éticas no campo do B2B
e mesmo do B2C.
- Acha? A minha preocupação é com o backbone desta empresa.
E pronto! Cá vou, cantando e rindo,
integrado na corrente Portuglesa. E soltando gargalhadas sempre que me
lembro disto.
Bom... Tenho content para produzir. Cheers!
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