Às vezes, a realidade supera a ficção.
Anteontem, Fernando Tempera, biólogo do Departamento de Oceanografia e
Pescas da Universidade dos Açores, publicou um texto bem humorado, na página
interna do departamento, gozando com a avidez com que andamos – "nós",
os media, o público e até as personalidades da ciência – a tentar encontrar
sentido nas formações geológicas do fundo do mar. Desde a omnipresente
Atlântida a desenhos alienígenas, a batimetria tem servido para alimentar todo
o tipo de loucuras, infelizmente difundidas pelos meios de comunicação.
O texto do Fernando Tempera era este e parecem-me evidentes o sarcasmo, a
ironia, o tom ligeiro. O texto circulou rapidamente pelas redes sociais ligadas
à arqueologia.
Pelos vistos, não era evidente para todos. Na edição
de 29 de Outubro do "Correio dos Açores", a informação foi tratada
jornalisticamente. E as "mamonas" do fundo do mar, produto da
imaginação do Fernando, transformaram-se em mamonas reais, com direito a duas
colunas num periódico respeitável.
Lá vamos, cantando e rindo.
3 comentários:
Apesar de ter sido eu a lançar a notícia, não a conseguiria contextualizar de forma tão clara como o Gonçalo.
No entanto, "for the record", acrescento que só mesmo o nome é "fantasioso" nestas estruturas da Terceira.
Obrigado, Fernando.
Um abraço.
Priceless. No jornal O Incentivo de 29 de Outubro encheu a coluna esquerda da capa. Trata-se de uma imprensa regional bastante activa e atenta às actividades científicas relaccionadas com o mar. Mas fica entre uma distração editorial e um atestado de incompetência jornalística.
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