terça-feira, outubro 29, 2013

Manual humorístico para nos apresentar propostas editoriais


(em actualização contínua)

- Não comece a abordagem alegando que os seus textos, as suas fotografias ou as suas ilustrações são muito melhores do que as que têm vindo a ser publicadas. Como reza o ditado polaco, não convém insultar os deuses do rio antes de o ter atravessado.

- Não comece a abordagem revelando que não leu a publicação à qual está a oferecer os seus préstimos. Este é um caso em que a honestidade não joga a seu favor, independentemente do que a sua mãe lhe tiver dito sobre o tema.

- Não proponha temas demasiado abertos (i.e., “Gostava de propor uma reportagem sobre astronomia”), nem demasiado fechados (i.e., “Gostava de propor um texto sobre a relação da chuva de Perseidas com a orientação dos monumentos megalíticos de Ferreira do Alentejo”).

- Não vale a pena propor uma expedição para descobrir as ruínas de Atlântida, que identificou através do Google Earth. Será o décimo proponente desta semana e a história já está tomada!

- Se a sua proposta inclui uma expedição de dois meses, de barco, burro e caminhada, com vinte carregadores e mantimentos abundantes, baseada num mapa amarelecido que descobriu no baú de uma tia velha, dê-nos um pouco de crédito. Somos crédulos, mas NÃO tão crédulos!

- Não se incomode se a sua proposta procura relacionar ruínas maias com profecias do fim do mundo. Caso não tenha reparado, somos uma revista de ciência.

- Se descobriu recentemente um código críptico num texto religioso do século II e pretende dá-lo a conhecer ao mundo através da nossa publicação, leia por favor o passo anterior.

- Não vale a pena propor uma reportagem de quinze dias na Polinésia Francesa disfarçada de investigação sócio-cultural sobre os povos do Pacífico. Tentámos a mesma abordagem quando entrámos para a revista...

- E, sobretudo, tenha paciência connosco. Somos poucos, gostamos do que fazemos, mas nem sempre podemos responder atempadamente a todas as solicitações.

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