segunda-feira, março 04, 2019

Um repórter em 1956

A partir de arquivo da Biblioteca Nacional

«Um repórter é um espião. Onde quer que esteja, por onde quer que passe, para onde quer que olhe, o repórter procura novidade, coisa que o público desconheça. A reportagem é o seu relatório de espião. (…)A Oportunidade 202 é para os muitos que julgam ser portentos da reportagem (…) A seleccionada em cada semana será paga por 202$00.»
Mais à frente: «Em toda a parte, há um assunto de reportagem: um distribuidor de correio que é cego; um menino com uma cabeça de nove quilos de peso; um mendigo que está a fazer fortuna; uma bruxa que cura a lepra da família; um pepino com sementes de prata; um falso jornalista que se tornou célebre sem saber ler nem escrever. (…) Primeiro, fazer fome – ao leitor – depois ir-lhe lentamente matando a fome de novidade até o assunto não dar mais.»
Todo um programa de reportagem explícito neste anúncio da Oportunidade 202 da revista Rádio e Televisão, em 1956. Se tivesse de adivinhar, diria que o texto foi escrito por Jorge Pelayo.

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