Conheço
mal Philippe Mohlitz, notável ilustrador e gravurista francês, mas este trabalho fascina-me. Mohlitz chamou-lhe “Assalto”. Representa um homem cercado por
todos os lados por perigos reais ou imaginários. Devorado pela ansiedade, produz
incessantemente, sem reflexão. Despacha serviço mecanicamente na esperança de
que a ameaça que o sobrevoa diminua. Está num ponto mais elevado daquela
realidade, mas não tira partido disso. Demasiado absorvido pelas tarefas que o
assaltam, não é difícil prever que aquele homem angustiado vai perder brevemente
o combate e será submerso pelos invasores.
Mohlitz,
repito, chamou “assalto” a esta visão. Creio que a sua intenção foi satirizar o
individualismo criativo, condenado nesta época de globalização mecânica.
Poderia
ter-lhe chamado “jornalismo”.
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