quarta-feira, março 28, 2007
Renováveis, Mas Não Fotografáveis
Num congresso recente de energias renováveis em que participei, um dos oradores – representante, julgo eu, da energia solar – queixou-se da escassa importância que os media atribuem às novas fontes de energia. Escuto esta crítica amiúde e invariavelmente recordo as palavras de um dos primeiros editores com quem trabalhei, que vetava categoricamente a maior parte das histórias sobre energia eólica ou solar (energias renováveis, há dez anos, "eram" só essas. Pelo menos, aos olhos dos media). "Quem viu uma turbina viu todas! Quem viu um painel já não quer ver mais nenhum."
Esta lógica simplista encerra alguma injustiça, mas penetra no centro da discórdia entre jornalistas e peritos. As prioridades de uns não correspondem às dos outros, e as novas/velhas tecnologias de produção de energia são, de facto, limitadas do ponto de vista visual. As suas imagens são normalmente maçadoras e repetitivas. E, no alinhamento dos jornais ou telejornais, passam muitas vezes para segundo plano.
Voltei a lembrar-me desta controvérsia com as notícias de hoje sobre a central fotovoltaica de Serpa, a maior do mundo. Por muitas voltas que os repórteres fotográficos deram à perspectiva ou ao ângulo, os resultados foram estes. Cumpriram a função, sem entusiasmar. Imagino que o velho Álvaro tenha acordado hoje a barafustar: "Painéis, painéis. Quem viu um viu todos!"
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13 comentários:
O DN tinha excelentes fotos com alguns "chaparros" sob os painéis
Não se trata propriamente de um comentário, mas sim de uma pergunta. Talvez me possam esclarecer sobre uma informação que me deram: será ou não verdade que a produção dos painéis é mais cara em energia consumida que o que eles próprios podem produzir?
Caro Raul, de facto, não é verdade. Essa crítica diz muitas vezes respeito a biocombustíveis que, esses sim, dependem muito das matérias-primas.
No caso dos fotovoltaicos, o problema é outro: os painéis ainda são muito caros, pelo que a energia produzida por este processo, por enquanto, custa mais do que a gerada pelos combustíveis fósseis.
Um abraço
Olá!
Me encantei com seu blog!
gostei de tudo !
Tenho um blog sobre o meio ambiente e gostaria muito de trocarmos links!
Para vir ti visitar frequentemente!
Minha url é www.salveonossoplaneta.blogspot.com
Bjus e esperanças*
Conto com sua visita e opnião!
Nádia Bonani*
As fotos do Rodrigo do DN estão aqui
http://photo-a-trois.blogspot.com/2007_03_01_archive.html
AS ENERGIAS ALTERNATIVAS PODEM NAO FICAR BEM NA FOTOGRAFFIA, MAS são bem mais importantes para um País do que muitas das noticias procuradas por jornalistas incessantemente (ex: Paris Hilton na cadeia, Britney Spears fotografada sem cuecas, ou mesmo toda a importancia que se dá ao futebol e futebolistas). Sei que é dessas noticias que a maior parte da populaçao gosta e sao essas k vendem, mas a construçao de uma nova central fotovoltaica, eolica, etc, deverao ser sempre noticias de relevo e serao de interesse para uma boa parte da população mais bem formada e com preocupações maiores do que o proprio umbigo. Do desenvolvimento das energias renovaveis depende em grande parte a sobrevivencia do nosso planeta.
Cumprimentos:
Marco Arruda
www.geocities.com/marco_arruda1980
Gosto muito do teu blog!! E tou uma apreciadora dos teus posts... pois sao assuntos k admiro!!!
Bjos
Farofia
O meu comentário e mais uma pergunta, que é a seguinte: È possível numa casa ter ligados os painéis Fotovoltaico e uma instalação eléctrica normal, e o excedente de energia produzida pelos paneis pode ser vendida a EDP????? isto é possível????
Se alguem me soubesse dar uns esclarecimentos agradecia....
obrigado
Há pouco tempo fiz um trabalho sobre a energia Solar e tive algumas dificuldades em encontrar artigos recentes sobre o assunto. Penso que em Portugal, apesar de todos os esforços e construção de centrais, esta energia ainda é pouco conhecida. Na apresentação do trabalho muitos dos meus colegas perguntaram: existe mesmo uma central solar dessas em Portugal? Concordo com a sua opinião, os media deviam dar mais atenção a estes assuntos.
Cumprimentos,
Inês
Onda que chora
Luiz Domingos de Luna
Procurar na web
História dos papéis
O mouse a demarcar
Palavras que somem
Mas que vão voltar
A tela da história
Um trabalho a postar
Um instante eterno
Que não vai durar
Tudo a voar
Sempre escrevendo
De um tempo correndo
Não pode parar
Vida sumida
Na abstração
Vida já vivida
Em outra ilusão
No útero da terra
Vai transformar
Onda que passa
A outro repassa
Sempre a chorar
Transformação
Luiz Domingo de Luna
www.meninodeusaurora.com.br
Reguei uma planta
No meu jardim
Era um Jasmim
Beleza que encanta
Entre espim
Uma lagarta
Como uma carta
Vinha a mim
Toda enrolada
Comia clorofila
Pele colorida
De fogo chamada
Numa manhã florida
A lagarta sumiu
A borboleta me viu
Nos caminhos da Vida
Contemplando o chão
A asa em giro agitava
A Paisagem deixava
Na linha da imensidão
O Gênio da Gravidade
Luiz Domingos de Luna
Procurar na web
Cada tombo uma queda
O Ser vivo a equilibrar
Não pode escorregar
Uma altura que esfarela
Quem anda de avião
Já fica preocupado
Numa pane é jogado
Corpo sem vida no chão
Gravidade impiedosa
Sempre a puxar das alturas
Até às vezes, dá tonturas.
De queda assombrosa
Lá da montanha, um condor.
Voava tranquilamente
Num instante somente
Pensei que estivesse parado
Parado nas alturas
Está tudo errado
Cadê tua força, puxador?
Eu estava enganado
Não era um condor
Não era um planador
Era um simples beija-flor
Enganando a gravidade
Pingo da vida?
Luiz Domingos de Luna
Procurar na web
Era um pingo
Começou a girar
Fiquei a olhar
O Seu caminho
Desceu a ladeira
Parou um segundo
Estava imundo
Cheio de poeira
Bolinha consistente
Ganhou conteúdo
Da parte o tudo
Sempre à frente
Rolou num tinteiro
Ficou colorido
Bicho sabido
Fugiu bem ligeiro
Atravessou uma vala
Passou na ferida
A Bactéria Lambida
A Vida levava
Pingo complicado
Todo disformado
É a vida da ferida
Ou o pingo da vida?
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