Se não fosse português, julgo que seria alemão. Pelo menos, é disso que frequentemente me acusam, tamanha é a minha obsessão pelo cumprimento de prazos e horários.
Quando frequentei a licenciatura, fazia regularmente noitadas para cumprir os prazos de entrega de trabalhos. E era costume chegar à faculdade, de olhos avermelhados pelo esforço, e cruzar-me com colegas descontraídos, que também tinham lá ido, mas para pedir adiamento da sentença.
Terminei a licenciatura acreditando no mito de que, noutros patamares académicos, a rebaldaria horária deveria ser regulada. Que nos mestrados a coisa fiaria mais fina.
Cheguei ao mestrado e deparei sensivelmente com a mesma situação: prazos falhados, permissividade de alguns docentes, entregas de trabalhos adiadas para as calendas gregas.
Depositei esperança na crença de que, no doutoramento, patamar último da aprendizagem, a fasquia seria finalmente colocada com firmeza, intransponível ao abuso.
Esta semana, começou o 2.º semestre do programa de doutoramento que frequento. Esfalfei-me a valer para entregar os textos pedidos dentro do apertado intervalo temporal exigido.
Chegou o dia do primeiro seminário de segundo semestre e escutei, abismado:
Bom, recebemos tão poucos trabalhos, que vamos adiar o prazo de entrega para os restantes candidatos até Setembro (!?!).
E agora, senhores, vou acreditar em quê?
6 comentários:
Laxismo,inpunidade e desrespeito por quem compre uma cultura lusitana ou a terrivel praga nacional. Saiba que sou solidário se isso serve de consolação, mas a mim chamam-me nórdico!!! :)))
Laxismo,inpunidade e desrespeito por quem compre uma cultura lusitana ou a terrivel praga nacional. Saiba que sou solidário se isso serve de consolação, mas a mim chamam-me nórdico!!! :)))
Prima visita:
Texto que ajuda a perceber a decisão e o incumprimento dos 30 dias que o governo determinou para a revisão dos estatutos do Banco de Portugal (em 2005).
E como o responsável MBelesa pode ter o desplante de dizer calmamente que lá para o fim deste semestre.
E como não lhe acontece nada.
Arre, que na Lusitânia no pasa nada.
Dir-se-ia estarmos perante uma espécie de boneca russa matrioska! Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
Dir-se-ia estarmos perante uma espécie de boneca russa matrioska! Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
Aos 45 anos resolvi fazer uma licenciatura. Com muito sacrifico. Entrei na faculdade através do exame Ad-Hoc.
Surpresa - O copiar era uma Instituição. O faltar às aulas outra. Falhar entregas de trabalhos, dentro dos prazos outra! Assim percebi duas coisas: Uma porque Portugal é e está como está. A Outra, como fui parvo, ao acreditar que ia aprender alguma coisa numa faculdade, onde a Preguiça, é um hino cantado por todos! Sempre tentei cumprir com a minha parte.
Talvez por isso nao fosse olhado como um nórdico ou um alemão. Era mais como um E.T.
João Lisboa
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