Universidade Moderna de Setúbal. Esta manhã. Participação no II Curso Aspectos Controversos do Foro Médico-Legal, organização inovadora das distritais da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Advogados.
Fala o moderador. Fala (e bem) o primeiro conferencista – o Eduardo Dâmaso, do Diário de Notícias. Preparo-me para falar… e o PowerPoint não emite sinal de vida. Caneta USB para aqui e para acolá. Pancadas meigas no computador. Nicles. Pancadas menos meigas na máquina. Um sorriso de circunstância esconde o pânico momentâneo.
“O PowerPoint não abre o seu ficheiro [criado em Macintosh]”
Regresso brutal à Idade da Pedra, ao tempo dos oradores com (ou sem) magnetismo pessoal. Pigarreio. Mostro as folhas impressas numa mão. As tabelas ainda abrem (abençoados JPEG), mas os slides minuciosamente construídos estão perdidos para lá do Lestes, o rio dos mortos.
O tema da comunicação? As dificuldades dos media na relação com a medicina e os constrangimentos que as ocorrências de risco produzem na prática jornalística. Aponto dedos acusadores a montante e a jusante – aos jornalistas, que não conseguem reproduzir a interpretação que os especialistas atribuem a cada risco; e aos especialistas, que não conseguem adaptar o discurso às necessidades e formatos dos media.
Como sempre, escolho uma pessoa da audiência e fixo nela o olhar durante toda a apresentação. Reconforta-me sempre saber que estou a tornar a minha apresentação extraordinariamente desconfortável para outra pessoa, mirando-a, acusador, sem a perder de vista por um segundo. Escolhi uma senhora respeitável como alvo. Vi-a olhar duas vezes para o relógio e fulminei-a com o olhar. Não repetiu. Mais: passou a abanar afirmativamente a cabeça a cada afirmação proferida e, no final, na fase das palmas, aplaudiu-me vigorosamente.
O meu balanço? 10 valores. Mas tenho de repetir a oral!
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