O último relatório trimestral da Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens (APCT) traz uma novidade pouco badalada, mas muito interessante para a credibilização do sector. Pela primeira vez, a APCT discrimina, na análise da circulação paga de cada publicação inscrita, as “vendas em bloco”. Pela primeira vez, portanto, torna-se visível a olho nu a diferença entre um título que vende 20 mil exemplares em banca e outro que vende cinco mil em banca e escoa os restantes em acordos de circulação – ou seja, vende alguns milhares de exemplares a empresas que, utilizando listas de endereços de alguns dos seus clientes, oferece a publicação em causa durante determinado período de tempo.
Dirá o leitor que a alteração é pouco significativa. Não é. As agências de meios decidem o destino do seu investimento publicitário de acordo com os dados de circulação paga e com os dados de audiência fornecidos pelo Bareme. Até aqui, estas agências não dispunham de toda a informação disponível sobre a vitalidade de um título. Convenhamos que não será a mesma coisa comprar espaço publicitário numa revista/jornal que venda efectivamente 20 mil exemplares ou comprar numa publicação rival que, embora circule os mesmos 20 mil exemplares, só vende cinco mil. Porquê? Porque temos de assumir que uma boa percentagem das pessoas que receberão em casa a oferta da revista X ou Y nem a abrirão. Ou, na melhor das hipóteses, não lhe dedicarão a mesma atenção do que o fariam se a tivessem comprado voluntariamente. No mesmo exemplo, há portanto vinte mil exemplares vendidos (porque os acordos de circulação implicam a venda da publicação à tal empresa, embora a preço unitário muitas vezes baixíssimo), mas esse número é empolado.
Para além de constituirem interessantes ferramentes de gestão do investimento publicitário (a receita maioritária para quase todas as publicações), os dados das “vendas em bloco” permitem também uma análise mais rigorosa ao mercado. Poupar-vos-ei os detalhes sobre publicações específicas, uma vez que o relatório da APCT está disponível apenas através de assinatura, mas chega a ser assustador como algumas publicações sobrevivem com circulações reais (bem) abaixo dos dez mil exemplares.
São revistas e jornais artificiais. Morfologicamente estão mortas, mas continuam ligadas à máquina que respira por elas. Até ao dia em que alguém desliga a ficha.
6 comentários:
Obrigado pelo esclarecimento. Há realmente pormenores que escapam ao comum dos mortais. Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
Obrigado pelo esclarecimento. Há realmente pormenores que escapam ao comum dos mortais. Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
O escândalo do Metro Sul do Tejo em www.a-sul.blogspot.com
Uma Páscoa Feliz!
Anedota de Páscoa, Câmara de Almada pretende ser exemplo e auxiliar de boas práticas ciclisticas para os PALOP´s ver em www.a-sul.blogspot.com
Faz o que eu digo, mas não olhes para o que eu faço.
gostei deste comentáriosmas aqui na torre da marinha as rus cheiram mal do mijo dos caês e fézes dos mesmos como na rus principal que vai dar ao cavadas está cheio de carros nem se conssegue passar só no meio da estrada paresse impossivel as nossas autoridades não ver isto se for um cego ou uma cadeira de rodas não passa obrigado por eu ter dezabafado aqui um grande abraço
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