domingo, novembro 27, 2022

Espião, jornalista e empresário #1

        Na manhã de 24 de Março de 1946, uma criada entra no quarto 43 do Hotel do Parque, no Estoril, e encontra o xadrezista Alekhine morto, sentado num cadeirão, com os restos do jantar da véspera e com um tabuleiro em situação de jogo à sua frente. 

        Luís Lupi, correspondente da Associated Press, corre para o Estoril. Pede emprestada uma máquina fotográfica a um funcionário do hotel e capta três fotografias no quarto de Alekhine. São imagens macabras destinadas à imprensa internacional. Nenhum jornal nacional as publica.

        Há suspeitas de que Lupi compôs o cenário e até de que foi dele a ideia de colocar um tabuleiro à frente do defunto. Sempre dramático, o jornalista escreve para a sede da AP em Nova Iorque: “O gigante do xadrez, morto, parecia um cavalo derrubado”.




No dia 6 de Dezembro, na Casa da Imprensa, lançamento do livro “Espião, Jornalista e Empresário” (Âncora), de Wilton Fonseca e Gonçalo Pereira Rosa, com apresentação de Joaquim Vieira.

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