Não registei o nome do autor da proposta, mas, na conferência a que fiz referência no post anterior, escutei uma ideia muito interessante de um dos médicos que assistia à jornada. Se a RTP já tem o minuto verde, a cargo da Quercus, destinado a oferecer sugestões de comportamentos ambientalmente correctos, porque não pensar no "minuto de saúde": uma sugestão por dia para melhorar os hábitos alimentares, os cuidados de saúde ou as práticas higiénicas dos portugueses? Poderia ter também uma componente de socorrismo, capaz de informar a população para os primeiros sinais de alarme de algumas emergências.
A ideia inseriu-se numa crítica mais vasta (e que não subscrevo) sobre o tom marcadamente pessimista que os media dedicam aos temas de saúde. Considero que hoje, mais do que nunca, as descobertas científicas ganham relevância nos noticiários, mesmo que a prudência (e os livros de estilo) aconselhem moderação na altura de anunciar curas e milagres.
Registo também (baseado na comunicação de Eduardo Dâmaso) a evolução que os jornais diários sofreram no tratamento do tema. Disse o director-adjunto do "Diário de Notícias" que a cobertura noticiosa da saúde no passado recente resumia-se às histórias mais ou menos insólitas vividas nas urgências. Hoje, comentou o jornalista, as várias redacções já conseguem debruçar-se com propriedade sobre temas complexos de política de saúde, como os contratos de concessão de hospitais privados ou a gestão de planos nacionais de saúde.
domingo, janeiro 14, 2007
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Melhores dias virão
Universidade Moderna de Setúbal. Esta manhã. Participação no II Curso Aspectos Controversos do Foro Médico-Legal, organização inovadora das distritais da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Advogados.
Fala o moderador. Fala (e bem) o primeiro conferencista – o Eduardo Dâmaso, do Diário de Notícias. Preparo-me para falar… e o PowerPoint não emite sinal de vida. Caneta USB para aqui e para acolá. Pancadas meigas no computador. Nicles. Pancadas menos meigas na máquina. Um sorriso de circunstância esconde o pânico momentâneo.
“O PowerPoint não abre o seu ficheiro [criado em Macintosh]”
Regresso brutal à Idade da Pedra, ao tempo dos oradores com (ou sem) magnetismo pessoal. Pigarreio. Mostro as folhas impressas numa mão. As tabelas ainda abrem (abençoados JPEG), mas os slides minuciosamente construídos estão perdidos para lá do Lestes, o rio dos mortos.
O tema da comunicação? As dificuldades dos media na relação com a medicina e os constrangimentos que as ocorrências de risco produzem na prática jornalística. Aponto dedos acusadores a montante e a jusante – aos jornalistas, que não conseguem reproduzir a interpretação que os especialistas atribuem a cada risco; e aos especialistas, que não conseguem adaptar o discurso às necessidades e formatos dos media.
Como sempre, escolho uma pessoa da audiência e fixo nela o olhar durante toda a apresentação. Reconforta-me sempre saber que estou a tornar a minha apresentação extraordinariamente desconfortável para outra pessoa, mirando-a, acusador, sem a perder de vista por um segundo. Escolhi uma senhora respeitável como alvo. Vi-a olhar duas vezes para o relógio e fulminei-a com o olhar. Não repetiu. Mais: passou a abanar afirmativamente a cabeça a cada afirmação proferida e, no final, na fase das palmas, aplaudiu-me vigorosamente.
O meu balanço? 10 valores. Mas tenho de repetir a oral!
Fala o moderador. Fala (e bem) o primeiro conferencista – o Eduardo Dâmaso, do Diário de Notícias. Preparo-me para falar… e o PowerPoint não emite sinal de vida. Caneta USB para aqui e para acolá. Pancadas meigas no computador. Nicles. Pancadas menos meigas na máquina. Um sorriso de circunstância esconde o pânico momentâneo.
“O PowerPoint não abre o seu ficheiro [criado em Macintosh]”
Regresso brutal à Idade da Pedra, ao tempo dos oradores com (ou sem) magnetismo pessoal. Pigarreio. Mostro as folhas impressas numa mão. As tabelas ainda abrem (abençoados JPEG), mas os slides minuciosamente construídos estão perdidos para lá do Lestes, o rio dos mortos.
O tema da comunicação? As dificuldades dos media na relação com a medicina e os constrangimentos que as ocorrências de risco produzem na prática jornalística. Aponto dedos acusadores a montante e a jusante – aos jornalistas, que não conseguem reproduzir a interpretação que os especialistas atribuem a cada risco; e aos especialistas, que não conseguem adaptar o discurso às necessidades e formatos dos media.
Como sempre, escolho uma pessoa da audiência e fixo nela o olhar durante toda a apresentação. Reconforta-me sempre saber que estou a tornar a minha apresentação extraordinariamente desconfortável para outra pessoa, mirando-a, acusador, sem a perder de vista por um segundo. Escolhi uma senhora respeitável como alvo. Vi-a olhar duas vezes para o relógio e fulminei-a com o olhar. Não repetiu. Mais: passou a abanar afirmativamente a cabeça a cada afirmação proferida e, no final, na fase das palmas, aplaudiu-me vigorosamente.
O meu balanço? 10 valores. Mas tenho de repetir a oral!
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