segunda-feira, maio 28, 2007

Meia Hora


Sou um céptico face às potencialidades da imprensa gratuita e não gosto particularmente dos jornais distribuídos na região de Lisboa. Considero que são pouco mais do que uma compilação de despachos noticiosos da Lusa vestidos com outras cores, apesar da evidente penetração em nichos de leitores que, há poucos anos, pertenciam exclusivamente aos jornais pagos. Se andar de metro em Lisboa, verificará, sem espanto, que por cada jornal comprado que ali se folheia, há quatro ou cinco gratuitos nas mãos dos passageiros. Imagino que o rombo provocado nas vendas dos jornais pagos seja sensível.
No início de Junho, ganhará vida o gratuito "Meia Hora", jornal diário que evoca uma filosofia diferente dos restantes. Na hora da apresentação, anuncia objectivos ambiciosos: vem para disputar audiência à imprensa de referência, para angariar investimento publicitário tradicionalmente canalizado para o "Diário de Notícias" e "Público" e pretende fazê-lo com uma tiragem de cem mil exemplares.
Troco impressões com profissionais da imprensa paga e pressinto a tradicional arrogância que dedicam(os) à imprensa gratuita. - Não tem hipóteses!
- As Classes A e B não se atingem com distribuição nos semáforos!
- Dou-lhes seis meses antes de fecharem!
Tem a palavra a equipa do Sérgio Coimbra. Para já, a Cofina conquistou uma taça que, adivinho, teve sabor incomparável: mesmo partindo depois do anúncio público da ControlInveste, realizado no Inverno de 2005, lançou primeiro o seu jornal gratuito.