(Açores, 4 de Fevereiro) Conto a história certo de que, com esta narrativa, fujo um pouco às premissas do blog, mas, afinal, como se queixava um colega na semana passada, neste empreendimento mediático, eu sou proprietário, editor e ditador vitalício. Faço a gestão do blog sem mandato, representatividade, contraditório ou sequer provedor dos leitores. Sou o Mobutu do Ecosfera!
Sexta-feira de manhã. Com reuniões agendadas apenas para o fim da manhã, lanço-me à estrada, na belíssima marginal de Ponta Delgada. Afinal, a meia maratona de Lisboa está à porta e exige preparação adicional. Pensei, orgulhoso, que ao trocar o sinuoso Estádio Universitário de Lisboa (onde evito buracos, lombas e troncos a cada passada e corro ao lado da poluída Segunda Circular de Lisboa) pela calma marginal micaelense melhoraria as condições de treino. Puro engano! Enquanto percorri cerca de seis quilómetros à beira-mar, devo ter inalado mais dióxido de carbono do que em Lisboa. A poluição sonora já faz parte também da tradição cultural da ilha e condutor que se preza buzina a velhinhas, escuteiros e carrinhos de bebé. Juntemos-lhes os ruidosos carros de campanha e a sua fanfarra interminável. Visualmente, fui agredido até à exaustão pelos cartazes repetidos de Santana, Sócrates e Mota Amaral!
Quanto à brisa marítima, narrada com tanta eloquência por Nemésio e Natália Correia, esteve... um pouco forte de mais. Desde a hora de almoço que espirro abundantemente graças à suave maresia. No meio de tudo isto, há uma atenuante (há sempre...): já tenho desculpa para justificar um eventual mau resultado na meia maratona de Março! Ainda não será desta que estilhaço o recorde da prova!
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