É uma
das minhas histórias favoritas nas memórias de George Seldes, o repórter do
Chicago Tribune que conheceu Lenine, Mussolini, Franco e Tito. Graças a ele,
soube-se que o "furo" que celebrizou o repórter Henry Wales aquando
da chegada do aviador Charles Lindbergh ao aeródromo de Le Bourget em 1927 foi
uma farsa.
Todo o texto foi escrito horas antes de "Lindy" aterrar em
França. Os pormenores que lemos numa das mais famosas primeiras páginas do
Tribune foram todos fabricados. A frase "Estou mesmo aqui?"; o suor e
o quase desmaio perante as aclamações da multidão; as confissões de pijama já
vestido – uma farsa escrita por antecipação.
Wales sabia que não conseguiria
comunicar a partir do aeródromo. Mal as autoridades francesas anunciaram que o
avião chegara, o gabinete de Paris do Tribune divulgou o texto já preparado,
pormenorizado mas totalmente fictício – foi um “furo” mundial, de uma certa
maneira...
Nem quando Wales morreu, em 1960, o jornal admitiu a farsa.
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